Consumidor mais pessimista corta supérfluos

caddieDemanda por produtos importados deve cair

Um dos maiores desafios do comércio varejista de gêneros alimentícios é ajustar os estoques em variedade e quantidade para atender o público de forma ideal e ao mesmo tempo evitar encalhes, lidando com margens apertadas. Com um cenário pessimista de desaceleração econômica, inflação em alta, queda no consumo e elevação de juros, porém, este “ajuste fino” torna-se ainda mais complicado.
Públicos muito ricos tendem a ter menor sensibilidade aos preços, mesmo em momentos de crise, mas não chegam a ser insensíveis. Públicos muito pobres consomem apenas o essencial. O dilema da escolha de mix e quantidade de produtos disponíveis nas gôndolas dos supermercados está justamente no atendimento da classe média, que no Brasil tem um conceito muito amplo, na opinião de Alvaro Furtado, presidente do Sincovaga (Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios do Estado de São Paulo).
“A classe média, principalmente a emergente, tende a ser perdulária em momentos de otimismo, e conservadora ao extremo quando a crise aparece. É um público muito sensível aos preços e às crises”, diz o especialista.
Nos supermercados, de forma geral, a elasticidade da demanda por produtos essenciais é baixa, ou seja, o consumidor se vê obrigado a comprar, mesmo com preços subindo. Pode mudar de marca, reduzir a quantidade, mas acaba comprando. Produtos de luxo ou supérfluos tendem a ser os primeiros preteridos pela classe média.
Para o presidente do Sincovaga, o consumidor este ano vai deixar em segundo plano itens de luxo como bebidas alcoólicas e latarias importadas e doces finos e priorizar o essencial. Isso exigirá mais habilidade dos empresários em conhecer o público de sua loja, ajustar o mix para atender mais clientes e não deixar o dinheiro parado no estoque ou pagando juros exorbitantes. “Em 2015, a atenção aos detalhes será fundamental, mais do que nos momentos de atividade econômica acelerada que já vivemos”, completa Furtado.

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